Futuro ministro da Justiça e da Segurança, Sergio Moro confirmou nesta terça-feira (20) o nome do delegado Maurício Valeixo como futuro diretor-geral da Polícia Federal. Hoje, ele é superintendente da PF no Paraná, participando diretamente de investigações da Lava-Jato.
— Eu seria um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Lava-Jato, porque estas pessoas já provaram tanto a sua integridade quanto a sua eficiência — afirmou Moro, em pronunciamento à imprensa na sede do governo de transição, em Brasília.
Moro disse que o atual diretor-geral da PF, Rogério Galloro, "não sai por demérito", e poderá contribuir na próxima gestão. O foco do novo comandante estará no combate à corrupção e ao crime organizado, segundo o ex-juiz.
Moro também confirmou a delegada Érika Marena como futura responsável pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DCRI), que pertence ao Ministério da Justiça. A escolha levou em conta a experiência dela em acordos internacionais.
— Vimos na Lava-Jato e em outras operações como é comum a lavagem de dinheiro no Exterior, é uma prática que queremos fortalecer — explicou Moro.
O futuro ministro foi questionado sobre a participação da delegada na Operação Ouvidos Moucos. Ela foi responsável pelo pedido de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou menos de três semanas após ser preso.
— O que aconteceu em Florianópolis foi um infortúnio e um imprevisto no âmbito de uma investigação, a delegada não tem responsabilidade quanto a isso — finalizou.
Ao deixar o local do pronunciamento, Moro elogiou a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de manter o ministro Wagner Rosário no comando da Controladoria-Geral da União (CGU).