O futuro ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo e Silva, anunciou nesta quarta-feira (21) que o general Edson Leal Pujol será o comandante do Exército no governo de Jair Bolsonaro. Também foram anunciados o futuro chefe da Marinha, o almirante de esquadra Ilques Barbosa, e o tenente brigadeiro-do-ar Antônio Carlos Bermudez, que chefiará a Aeronáutica.
Pujol chefiou as forças da paz da ONU no Haiti e era considerado substituto natural do atual comandante, o general Eduardo Villas Bôas, que saudou a escolha no seu perfil no Twitter.
Pujol, 63 anos, é gaúcho de Dom Pedrito. Ele está prestes a completar 12 anos como general, tempo máximo permitido.
— O Ministério da Defesa dentro da estrutura do novo governo é o que menos muda ou quase muda nada. É baseado nas Forças Armadas, na Marinha, no Exército e na Força Aérea, instituições sólidas e muito organizadas — disse Fernando de Azevedo e Silva, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local onde funciona o gabinete de transição governamental.
Quem é Pujol
O general Pujol tem uma estreita e longa relação com o Rio Grande do Sul. Ele já comandou a 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Santiago e chefiou o Comando Militar do Sul de 2016 a 2018. É filho do coronel da BM Péricles Pujol.
O general estudou no Colégio Militar de Porto Alegre de 1967 a 1970. Começou carreira militar como aspirante a oficial, e cursou a Academia Militar de Agulhas Negras. É da Cavalaria, arma pela qual tirou primeiro lugar na turma da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.
Em 2011, no primeiro governo Dilma, Pujol foi chefe do CIE (Centro de Inteligência do Exército), em Brasília, órgão que produz informações confidenciais sobre a situação do país.
Entre março de 2013 e março de 2014, Pujol comandou a Força de Paz na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). Ele também foi ligado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI, responsável pela Agência Brasileira de Inteligência — Abin), entre abril de 2014 e abril de 2015.
Pujol é considerado "liberal" para os padrões das Forças Armadas. Defende a legalidade e sempre negou alinhamento com qualquer tendência de "intervenção militar" fora do papel constitucional. Assim como os demais generais cotados para o comando, é crítico ao comunismo. É cristão devoto, conciliador e discreto nos modos.