O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, é o primeiro dos aliados do presidente Michel Temer (MDB) a abrir seu voto para o segundo turno. Questionado por jornalistas em uma coletiva de imprensa, ele revelou que votará em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente da República. Conforme Marun, existem mais pontos em comum com o deputado federal do que com o Partido dos Trabalhadores (PT). Ele frisou, no entanto, que essa é sua posição pessoal e que o governo se manterá neutro na disputa.
— Tenho divergências em relação à política externa, divergências em relação a algumas colocações que ele fez. Mas nesse momento não me cabe colocar as divergências. Se estou dizendo que estou recomendando o voto nele, deixe que os adversários coloquem o que ele pensa de errado. Vejo mais afinidade dos meus pensamentos em relação à pauta do Bolsonaro do que à pauta do Haddad — admite Marun.
O ministro revelou ainda seus votos para presidente no passado. Em 1989, Marun afirmou ter votado em Leonel Brizola no primeiro turno e em Lula no segundo turno. Também disse ter votado em Marina Silva no primeiro turno de 2010, e explicou que participava de uma dissidência que apoiou, em 2014, Eduardo Campos, que faleceu e em seu lugar assumiu Marina. O ministro ainda revelou nunca ter votado em Dilma Rousseff, mesmo com Michel Temer concorrendo a vice-presidente.
Marun também usou a ocasião para apelar ao "patriotismo" dos parlamentares em prol da aprovação da Medida Provisória (MP) 840, que criou 164 cargos destinados ao Ministério da Segurança Pública. A MP perde a vigência na próxima quarta-feira (17).
— Estamos otimistas em razão da certeza que temos em relação ao patriotismo das senhoras e senhores parlamentares. Sabemos que foi uma eleição difícil, atípica. Mas os mandatos para o qual nós nos elegemos vão até janeiro. Existem necessidades de votação e os parlamentares não faltarão com seu dever de votar — disse o ministro em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (15), no Palácio do Planalto.
Marun é deputado federal, licenciado para exercer o cargo de ministro com mandato até o final de janeiro.
Ele afirmou que o governo não tem trabalhado com a possibilidade de ver a MP perder a vigência sem uma aprovação nesta semana. O parlamentar acredita que o Congresso aprovará a matéria, baseado no apoio que o governo teve, segundo ele, para a criação da pasta.
— O governo vai analisar eventuais possibilidades, mas não estamos trabalhando com isso (não aprovação da MP). Haja vista a importância do tema, o apoio que tivemos quando da instalação do ministério estamos trabalhando com a hipótese da aprovação desta MP.