A campanha do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) entrou neste sábado (27) com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que pede apuração de suposto abuso de poder econômico e uso indevido de veículo de comunicação, o jornal "Folha de S. Paulo", em favor da candidatura de Fernando Haddad (PT). Requer ainda que o TSE determine a exibição de documentos que embasaram reportagem contra Bolsonaro.
A ação contesta reportagem publicada pela "Folha" no último dia 18, segundo a qual empresas teriam comprado pacotes de disparos em larga escala de mensagens no aplicativo WhatsApp contra Haddad. A situação levou o PT a entrar com uma ação de investigação contra Bolsonaro.
Na ação, a campanha de Bolsonaro alega que o jornal "denuncia contratações de impulsionamento na ordem de R$ 12 milhões, sem apontar onde, como e com quem teriam sido firmados tais contratos". Para os advogados de Bolsonaro, a reportagem foi elaborada para "instalar o caos no processo eleitoral".
A defesa de Bolsonaro ainda pede a ação seja remetida à Procuradoria-Geral da República. Ao fim, pedem a cassação dos registros de Haddad e sua vice, Manuela D'Avila, e a inelegibilidade dos concorrentes pelo prazo de oito anos.
Além de Haddad e Manuela, são citados na ação o presidente do Grupo Folha, Luiz Frias, a diretora editorial e de redação, Maria Cristina Frias, e a repórter do jornal, Patricia Campos Mello, responsável pela matéria contestada.
"A ação é uma fantasia ridícula. Ato inequívoco de tentativa de intimidação. Contra a imprensa livre", disse o advogado do jornal, Luís Francisco Carvalho Filho. Angelo Ferraro, da equipe jurídica da campanha de Haddad, avaliou que a "petição não tem sustentação do ponto de vista jurídico e é uma das maiores tentativas de censura e intimidação à imprensa deste País".