Em evento com integrantes do governo e políticos aliados, o presidente Michel Temer fez, nesta terça-feira (15), um balanço dos dois anos de sua gestão. Com foco em números da economia, Temer disse que ele e a equipe são “responsáveis e orgulhosos por tirar o país da maior recessão da sua história”.
— Sem dúvida, creio que todos nós fomos responsáveis por tirar o Brasil do vermelho e colocarmos o Brasil no rumo certo — discursou.
A apresentação teve como slogan “O Brasil voltou”, alterando o texto original, que causou polêmica – o plano era utilizar a frase “O Brasil voltou, 20 anos em 2”. Como a supressão da vírgula geraria interpretação negativa, a equipe de marketing da Presidência resolveu trocar a frase.
À frente de um telão que reproduzia vídeos institucionais e notícias relacionadas a ações do governo, Temer utilizou dados parciais para fazer uma leitura positiva do número de desempregados no país. Afirmou que, em março, houve acréscimo de 56 mil postos de trabalho, mas não citou a desaceleração em comparação a janeiro e fevereiro.
Hoje, o país tem 13,7 milhões de pessoas em busca de trabalho. No primeiro trimestre, o índice ficou em 13,1%, mais alto do que no final do ano passado.
Em mais de uma hora de discurso, o presidente destacou ações em diferentes áreas de governo. Disse que a fila do Bolsa-Família foi zerada, que o governo viabilizou a construção de 38 mil residências do Minha Casa Minha Vida e que adotou medidas de controle dos gastos públicos, como o combate a fraudes no seguro-desemprego, que teria gerado economia de R$ 1 bilhão.
Temer também citou resultados na área econômica, como a redução da inflação e da taxa Selic, além da aprovação de uma série de medidas pelo Congresso, como a reforma trabalhista e do teto de gastos.
O presidente evitou detalhar os resultados da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, fez poucas referências a medidas de combate à corrupção, e não comentou as duas denúncias enviadas contra ele pela Procuradoria-Geral da República e a investigação do inquérito dos portos, que está em curso.
Embora o governo tenha completado dois anos no último dia 12, a comemoração foi marcada para esta terça (15), às 15h. Quinze é o número do MDB na campanha eleitoral, que poderá ter como candidato o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que estava na plateia e foi elogiado por Temer pelo trabalho na área econômica.
Além de ministros, deputados e senadores aliados, Temer convidou para o evento ex-integrantes do primeiro escalão. A maioria dos convidados compareceu. Entre os ausentes, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que deixou o governo em atrito com Temer e com o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso.