O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou, nesta quinta-feira (15), que o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), ocorrido na quarta-feira (14), foi "mais uma tragédia" no Rio de Janeiro e não coloca em xeque a intervenção federal. Ele disse ainda que as reações à morte de Marielle são "todas emocionais" e que é preciso investigar para apontar responsáveis.
A parlamentar fazia críticas à intervenção no Rio e denunciava supostos abusos das forças de segurança durante a intervenção.
— Foi uma tragédia, mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro, lamentável. É preciso conhecer bem as razões e ir atrás dos responsáveis — disse Jardim, após participar de painel no Fórum Econômico Mundial sobre América Latina. — Isso não põe em xeque a eficácia da intervenção federal.
O ministro disse que a Polícia Federal já está atuando e auxiliando o Estado na investigação. A PF, anteriormente subordinada à pasta comandada por ele, agora está sob responsabilidade do Ministério da Segurança Pública.
Quando jornalistas insistiram nas perguntas sobre o homicídio, o ministro reforçou que não queria antecipar juízo sobre o caso. Ele disse ainda que as reações com a morte da vereadora são "emocionais":
— Todas as reações são emocionais, para quem perde parente é tudo emocional. Agora, daí a ter outras inferências eu acho cedo e precipitado.
O ministro disse que "até pode ter sido um assalto comum" e que, em caso negativo, é preciso identificar quem executou a vereadora e quais são os motivos.
— É preciso conhecer as circunstâncias concretas para saber se é envolvimento de milícia, se é acerto político — afirmou.
O ministro lembrou que, na última eleição municipal, houve mais de uma dezena de mortes de candidatos na Baixada Fluminense.