O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, classificou como “irresponsabilidade política” a indicação de Mikael Tavares Medeiros, 19 anos, para cargo que gerencia contratos de R$ 473 milhões no Ministério do Trabalho. Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, nesta sexta-feira (10), Jefferson atribuiu a nomeação do jovem ao líder do PTB na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (GO).
— Achei do pior gabarito. Botar um menino de 19 anos para gerenciar um Orçamento de R$ 500 milhões é uma absoluta irresponsabilidade política do padrinho dele. Não fui, porque eu não faria uma temeridade dessas — avaliou. — Há coisas que a liderança na bancada faz que o presidente do partido não é informado — disse ao programa, apresentado por Marcelo De Bona e produzido por Bruno Pancot.
Ouça a entrevista na íntegra:
Mais cedo, pelo Twitter, o presidente nacional do partido já havia anunciado que pediu ao ministro do Trabalho, Helton Yomura, a exoneração do jovem do cargo. Apesar das críticas à indicação, Jefferson minimizou a escolha, afirmando que Medeiros “não fez nenhuma irregularidade” no cargo.
— Pedi ao ministro que exonere o menino ou pelo menos que o transfira de função, coloque ele numa função compatível com a experiência de vida dele.
Segundo Jefferson, o Ministério do Trabalho “só tem dado desgaste” ao PTB. Pelo Twitter, o presidente do partido disse que a pasta é “uma cabeça de burro enterrada".
— A reforma trabalhista não foi bem colocada aos ouvidos da população, gerou um desgaste para o partido. Depois, surge aquela crise com a Cristiane (Brasil), que porque teve duas reclamações trabalhistas foi crucificada como se fosse uma marginal.
O ex-deputado afirmou que o partido vai apoiar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na eleição presidencial. Jefferson disse que o governo vem condicionando a titularidade de ministérios ao apoio de partidas da base aliado ao candidato indicado pelo Planalto à presidência. O petebista frisou que, nesse caso, o PTB deixará os cargos.
— Se isso acontecer, não posso assumir esse compromisso com o governo. Não vou ficar mentindo para manter um ministério.