O índice proposto pelo governo do Estado para reajuste do salário mínimo regional desagradou não apenas a oposição, mas também aliados do governador José Ivo Sartori. Nesta sexta-feira (23), dois deputados da base defenderam publicamente que o índice seja revisto.
O deputado Álvaro Boessio (PMDB) avalia que o percentual de 1,81% é "muito baixo", por não compensar nem mesmo a inflação do período. Apesar das críticas e de prometer lutar com todas as forças para mudar esse reajuste, o parlamentar diz que prefere votar favoravelmente a esse percentual do que não votar nenhum aumento.
— Vamos tentar levar uma contraproposta para o governo para melhorar um pouco esse índice, que é muito baixo, realmente é muito baixo, menos que a inflação. A gente está como deputado graças aos trabalhadores, então vamos tentar melhorar esse índice. Vamos tentar,(mas) se a emenda (para um índice maior) não passar, melhor votar esse índice do que não votar nenhum — projetou.
Segundo Boessio, um reajuste adequado seria de 2,8%, acima da inflação no período – que foi de 2,07%.
O deputado Elton Weber (PSB) também defende que o índice está abaixo do aceitável por não repor nem mesmo a inflação. Se o governo for inflexível e mantiver a proposta de 1,81%, Weber diz que avaliará que postura tomará junto às centrais sindicais.
— Temos que rediscutir esse assunto. A inflação foi 2%, então temos que discutir desse índice para frente. O mínimo para ser reposto é a inflação e, se puder ter um ganho real, melhor ainda. Santa Catarina, por exemplo, aprovou aumento de 2,9% — disse.
Uma reunião está marcada para a próxima terça-feira envolvendo centrais sindicais, deputados descontentes com a proposta original e secretários que integram a cúpula do governo, entre eles, Carlos Búrigo (PMDB), de Planejamento, Governança e Gestão, pasta responsável pela definição do índice.
Se aprovado, o projeto enviado pelo governo à Assembleia, em regime de urgência, na quinta-feira, elevará o salário mínimo gaúcho para R$ 1.196 na primeira faixa – um aumento de R$ 21. A proposta de reajuste é igual à enviada pelo governo de Michel Temer – e aprovada no Congresso – para o salário mínimo nacional. No país, com o reajuste, o mínimo subiu para R$ 954, o menor aumento em 24 anos.