A votação do projeto do regime de recuperação fiscal, que deixou a pauta da Assembleia Legislativa na terça-feira (7) após uma liminar, pode ficar para depois do Carnaval. É o que projeta o deputado Gabriel Souza (PMDB), líder do governo no Legislativo, caso o recurso apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF) não seja analisado e aceito nesta quarta-feira (7).
— Se a liminar não for cassada hoje (quarta-feira), a votação fica para depois do Carnaval. É extremamente lastimável — observou o parlamentar em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade .
O peemedebista demonstra preocupação com a situação pois, segundo o político, a demora pode fazer com que o governo volte a pagar a dívida do Estado com a União, suspensa desde agosto de 2017.
Na expectativa de que a liminar seja derrubada ainda nesta quarta, o político chegou a ligar para outros parlamentares, pedindo que permanecessem no Estado.
— Se casarmos a liminar, nós conseguiremos fazer a sessão. Na verdade, telefonei para vários deputados para que permaneçam hoje à tarde e votar hoje. Com isso, vai ser estabelecida a independência do parlamento, que está desmoralizado — salienta o peemedebista.
Ouça a entrevista na íntegra:
Souza se disse surpreso com a movimentação dos deputados e avaliou como "perigosa" a decisão do desembargador, classificada como uma "intervenção de poder alheio."
— Se virar moda judicializar quando a gente não concorda com decisão do presidente, em qualquer instância da casa, a gente vai assistir a uma judicialização dos processos legislativos do Rio Grande do Sul — entende o peemedebista.
O político salientou que já há votos suficientes para aprovação do regime de recuperação fiscal no Legislativo.
— A oposição está se utilizado de instrumentos exógenos para impedir e atrasar votação — observa Souza.