Depois de seis anos e 10 meses no comando da Polícia Federal, o agora ex-diretor da PF Leandro Daiello afirmou, em cerimônia de transmissão de cargo para Fernando Segovia, nesta segunda-feira (20), que, "mesmo aposentado", estará sempre pronto a ajudar o seu sucessor.
— Desejo ao meu sucessor o mais absoluto êxito em sua nova empreitada — disse em cerimônia com a participação do presidente Michel Temer, na sede do Ministério da Justiça, em Brasília.
Daiello, que pediu aposentadoria no último dia 9, disse que a carreira de policial não é fácil e que, muitas vezes, teve de abrir mão de sua vida pessoal.
— Hoje, na data da minha aposentadoria, poderia dizer simplesmente obrigado — disse. — Aprendi muito cedo na carreira que policial era algo que se fazia em conjunto e nunca sozinho. Foi assim que procurei, passo a passo, construir a minha carreira.
Daiello foi o diretor mais longevo da PF. Nenhum outro, no período democrático, ficou por tanto tempo na cadeira número 1 da corporação. Durante sua gestão, a PF ganhou notoriedade internacional no combate a malfeitos na administração pública. A Lava-Jato de Daiello escancarou o sistema cartelizado e de propinas na Petrobrás, que operou entre 2004 e 2014, e acabou pegando dezenas de políticos dos principais partidos.
O agora ex-diretor-geral disse ainda que durante a sua gestão a PF resolveu problemas, enfrentou dificuldades e superou limites.
— Sempre mantivemos princípios, valores e doutrina apresentados a policias na academia — afirmou.