O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (10), que a decisão de destituir o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB, tomada na quinta-feira (9) pelo senador Aécio Neves (MG), não deverá aumentar a crise que o partido atravessa. Para o prefeito, por uma questão de equidade, é razoável que quem conduza o processo eleitoral não tenha o comando da legenda às vésperas da convenção nacional.
— Vamos interpretar menos como uma ação em relação ao senador Tasso e mais como uma ação voltada para a isonomia — disse o tucano. — Tenho convicção de que a partir de 9 de dezembro o PSDB estará pacificado — emendou.
Aécio anunciou na quinta-feira a saída de Jereissati do comando interino da sigla e indiciou como substituto o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. O gesto gerou forte reação dentro do PSDB, acirrando os ânimos da ala que defende a saída da base aliada do governo de Michel Temer.
Sobre a indicação de Goldman, com quem discutiu publicamente há cerca de um mês, Doria afirmou que os dois já pediram desculpas sobre o episódio e que a relação de ambos está "zerada".
— Torço para que ele consiga conduzir com equilíbrio, com serenidade, esse processo de transição para a nova direção do PSDB — acrescentou.
Doria disse ainda entender que, se não houver convergência entre as candidaturas de Tasso e do governador de Goiás, Marconi Perillo, nesses 30 dias até a eleição da nova executiva do partido, um terceiro nome pode ser a solução para pacificar o PSDB. Ele, no entanto, não quis dar pistas sobre quem poderia ser o candidato de consenso.
— É cedo ainda (para falar nessa terceira via), vamos tentar um entendimento entre os dois que se dispuseram a ser candidatos.