Tucanos se revezaram, na manhã desta quarta-feira (4), num último esforço para convencer o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) a desistir da relatoria da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Até a publicação desta matéria, ninguém havia conseguido demover o mineiro da ideia de permanecer na função.
Segundo fontes, Bonifácio já ouviu apelos de parlamentares mais próximos, entre eles do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). A pressão é para evitar que o partido passe por um novo constrangimento de ter de destituí-lo da comissão e ver algum partido da base governista ceder a vaga para que ele continue no posto. A prerrogativa de tirá-lo da suplência da CCJ é do líder da bancada, Ricardo Tripoli (SP), que anunciará sua decisão até o final do dia.
A indicação de Bonifácio foi um dos temas da reunião da bancada do PSDB, na terça-feira (3). Ao término, os tucanos saíram mais divididos que nunca: metade dizia que a indicação era legítima e que caberia só ao mineiro renunciar ao posto, e a outra metade cobrava a retirada sumária de Bonifácio da CCJ.
Poder de voto
Como suplente, Bonifácio só vota na CCJ na ausência de um dos sete titulares. No entanto, ao ser nomeado relator da denúncia, terá o direito de exercer seu poder de voto no lugar de um dos sete titulares da bancada no colegiado. Pela regra, fica sem votar na comissão o último entre os titulares que marcar presença no dia da votação.
Essa regra foi um dos motivos de discussão na reunião de terça-feira da bancada. Nenhum dos titulares do PSDB quer ficar sem votar a denúncia na CCJ para ceder espaço ao voto de Bonifácio.