Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) e advogados de Lúcio Funaro bateram o martelo na noite de segunda-feira (21) sobre os termos do acordo de delação premiada do operador financeiro do PMDB. As condições para que Funaro conte aos investigadores da Lava-Jato o que sabe sobre esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro já foram fechadas.
A partir de agora, procuradores da República realizam a redação das cláusulas acordadas para que Funaro possa assinar o acordo de delação. Depois de assinado o acordo, com anexos sobre o que o operador pretende falar e os depoimentos colhidos, o material precisa ser enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para homologação.
Durante o período de tratativas, Funaro deve permanecer na Polícia Federal (PF) – e não na Papuda, onde estava preso – para facilitar a logística dos depoimentos que irá prestar ao Ministério Público.
Parceiro do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o operador já vem prestando depoimentos no âmbito da Operação Sépsis, na qual foi preso em 1º de julho de 2016, e na Operação Cui Bono?. Um dos depoimentos foi utilizado na denúncia oferecida pelos procuradores Anselmo Cordeiro Lopes e Sara Moreira contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima por obstrução de justiça.
A expectativa de investigadores é que os relatos de Funaro sejam utilizados pela Procuradoria Geral da República (PGR) em uma possível nova denúncia contra o presidente Michel Temer, já que o operador deve narrar a sua ligação com a cúpula do PMDB. A reunião na qual foram acertados os termos do acordo de delação premiada se estendeu das 18h30min de segunda-feira até as 0h30min desta terça-feira, na PGR.
Procurada pela reportagem, a defesa do operador disse que não confirma o acordo com o Ministério Público Federal.