Fragilizado pelas denúncias de corrupção a partir das delações da JBS, o senador Aécio Neves (MG) anunciou que seguirá afastado da presidência nacional do PSDB. Segundo comunicado feito a jornalistas, nesta quinta-feira (3), o comando da legenda permanecerá nas mãos do senador Tasso Jereissati (CE), que ocupa a função de forma interina desde maio.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio chegou a ser afastado do mandato no Senado, mas, no final de junho, foi autorizado a retornar às atividades. Em razão do desgaste provocado pela suspeita de envolvimento em negociações de propina, o parlamentar mineiro tem fugido dos holofotes nas últimas semanas.
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Na entrevista desta quinta, Aécio minimizou a divisão da bancada tucana na Câmara durante a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. Dos 47 parlamentares da sigla, 21 votaram contra o presidente, 22 se posicionaram a favor de Temer e 4 não compareceram à sessão.
– Eu vejo como uma grande virtude do PSDB (a divisão na votação). A questão que foi discutida ontem na Câmara não é algo programático, é de convicção e consciência – disse Aécio.
Diferente de Tasso, que já defendeu abertamente a saída do PSDB do governo, Aécio entende que a relação com Temer deve ser mantida. No entanto, ambos garantem que a decisão não passa pelos cargos no governo – hoje, o PSDB comanda quatro ministérios.
– Nós vamos continuar, independentemente de qualquer coisa, aprovando todos os projetos que são do interesse do país, como a Reforma da Previdência. O que nós não precisamos é de cargos para isso – sustentou Tasso.
Sobre as eleições de 2018, Aécio disse ainda que, se não houver consenso em torno de um nome, o partido vai convocar uma consulta prévia, no primeiro trimestre do ano que vem, para definir quem irá concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSDB.