O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir, nesta segunda-feira (31), a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e seu afastamento do mandato. Com a medida, pretende anular a decisão anterior do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que negou outro pedido de prisão e determinou o retorno do parlamentar, em junho, às atividades no Senado.
Este é o terceiro pedido sucessivo feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para prender o tucano. Dois foram rejeitados desde a homologação da delação premiada da JBS. A questão será analisada pela Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, além do relator.
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No mês passado, Marco Aurélio manteve a decisão anterior de negar o pedido de prisão preventiva do senador, mas o proibiu de deixar o país e de fazer contato com outros investigados ou réus no processo. Antes da decisão do ministro, Aécio estava afastado da atividade parlamentar por uma decisão do antigo relator do caso, ministro Edson Fachin.
O tucano foi citado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, em depoimento de delação premiada. Segundo Joesley, Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava-Jato.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do parlamentar, mas não obteve resposta. Aécio nega ter cobrado propina da JBS.
O senador alega, desde o início do caso, que pediu recursos para bancar despesas com advogados de defesa. Naquela época, a defesa do senador divulgou a seguinte nota:
"A defesa do senador Aécio Neves reafirma que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal.
O empréstimo não envolveu dinheiro público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção.
O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos".