A decisão do juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e seis meses de prisão ainda está sendo avaliada por interlocutores do presidente Michel Temer. No Planalto, a notícia foi celebrada por alguns auxiliares, mas vista com cautela por outros.
Na linha do que a notícia pode trazer de positivo para Temer, está, entre os argumentos, o fato de o presidente sair do foco da crise política, já que a repercussão da sentença de Lula deve ganhar espaço. Além disso, argumentam que a oposição agora vai ter de focar em fazer a defesa do petista e perderá fôlego para as críticas contra o presidente.
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Por outro lado, um interlocutor do presidente reconhece que a decisão mostra que há uma mudança de paradigmas no país e que políticos estão cada vez mais sujeitos a decisões judiciais. Segundo essa fonte, é inegável que uma decisão de condenar Lula abre precedente para que outros políticos – como o próprio Temer e seus ministros – que são investigados também sejam condenados.
Políticos versus Justiça
Há ainda a narrativa de que é preciso cautela ao se posicionar a favor ou contra a decisão já que a classe política está em guerra com o Judiciário. Após ser denunciado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer se disse perseguido e tem feito nos bastidores acusações de abuso por parte de Janot e também do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin – que autorizou a abertura de inquérito contra ele.
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