Em entrevista coletiva concedida na noite desta quarta-feira, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, advogados de Luiz Inácio Lula da Silva, criticaram a sentença dada pelo juiz Sergio Moro, que condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão. Segundo eles, Moro fez um julgamento político do caso.
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– O processo era uma mera formalidade para uma condenação que já havia sido antecipada por esse magistrado de Curitiba. Ele usou o processo para perseguição política. A sentença materializa o lawfare (o uso da lei para fins políticos) que havíamos falado – afirmou Cristiano.
O advogado criticou o fato de Moro ter apresentado uma sentença de 962 parágrafos com "apenas cinco para a prova que a defesa fez sobre a inocência de Lula":
– A sentença dedicou mais de 20 parágrafos para transcrever o depoimento do senhor Léo Pinheiro (dono da OAS), um delator informal que não tinha compromisso com a verdade, mas, sim de conseguir um acordo.
Segundo o advogado, Moro não poderia ter sido o julgador. A sentença, ressaltou, cita as tentativas da defesa de tirar o processo da mão do magistrado. Perguntado sobre essas tentativas e se estudaria mudar o foco na ação recursal, o advogado foi taxativo:
– Nossa estratégia não foi só entrar em conflito com o juiz. Nossa estratégia foi levar provas da inocência do ex-presidente Lula. O que também fizemos ao longo do processo foi usar os mecanismos legais para impugnar atos de um juiz que havia perdido a imparcialidade para realizar o julgamento. Em alguma instância recursal, nossas provas serão reconhecidas.
Os advogados também destacaram que os demais delatores ouvidos e que negaram participação de Lula na escolha dos diretores da Petrobras ou em ilegalidades não foram levados em conta, apenas o de Léo Pinheiro.