Interlocutores do presidente Michel Temer comemoraram o fato de os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sinalizarem que não devem considerar as delações da Odebrecht na ação que pode cassar o mandato do presidente. Segundo uma fonte, o julgamento acontece dentro das expectativas do governo, que espera uma absolvição do presidente.
Para esse interlocutor, ficou claro que as delações da Odebrecht não devem incorporar a ação e isso seria positivo. No Planalto, até o momento, a avaliação é de que o julgamento se estenda até a sexta-feira (8) e que o presidente seja absolvido por um placar de 4 a 3.
Temer ficou acompanhando o julgamento de seu gabinete e recebeu diversos ministros. De acordo com um auxiliar, o presidente está "tranquilo".
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Na sessão da manhã desta quinta-feira (8), a terceira do julgamento da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014, quatro dos sete dos ministros do TSE sinalizaram que não vão incorporar as delações da Odebrecht em seus votos. Os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira concordaram com a preliminar apresentada pelas defesas de que o uso das delações da Odebrecht extrapola o que foi pedido inicialmente pelo acusador, o PSDB.
O presidente o TSE, Gilmar Mendes, ainda não apresentou sua análise completa sobre este tema, mas deve se posiciona com este mesmo entendimento. A interpretação diverge da dos ministros Herman Benjamin, relator da ação, Luiz Fux e Rosa Weber.
Temer assiste ao julgamento enquanto recebe ministros
Michel Temer chegou ao Palácio do Planalto por volta das 9h desta quinta-feira (8), onde acompanha o terceiro dia de julgamento do TSE. O presidente teve uma série de encontros com ministros. Entre eles, os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen e da Secretaria-Geral, Moreira Franco.
Mais tarde, Temer recebeu os ministros da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e da Educação, Mendonça Filho. Não consta da agenda, mas o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que despacha várias vezes por dia com Temer, também está no gabinete acompanhando o julgamento da ação.
Para tentar dar respostas ao agravamento da crise política, Temer passou a consultar com mais frequência aliados que, antes, mesmo fazendo parte do governo, tinham menos "protagonismo". O presidente tem feito, pelas manhãs, uma espécie de reunião de coordenação política com seus novos "conselheiros".
Fazem parte desse grupo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, além de Jungmann, Etchegoyen, Moreira Franco e Vale Rocha. Eles têm ajudado a definir as estratégias e ações do Palácio do Planalto no enfrentamento da crise política.