Cerca de 18 horas depois de autorizar atuação das Forças Armadas para garantir a segurança e proteger prédios públicos em Brasília, Michel Temer recuou. Na manhã desta quinta-feira (25), o presidente revogou o decreto por meio de uma edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU).
Nesta manhã, Temer reuniu-se com ministros e considerou que já havia sido "restaurada a ordem, a tranquilidade, o respeito a vida e ao pátrimônio público", explicou o titular da Defesa, Raul Jungmann, em pronunciamento após a revogação da ação de Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal.
A decisão de enviar 1,5 mil militares à Esplanada ocorreu por volta das 16h30min de quarta-feira (24), após um protesto contra o governo e as reformas trabalhista e da Previdência ganhar cenas de violência, quebradeira e enfrentamento entre manifestantes e policiais.
Veja o decreto publicado no DOU:
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O polêmico decreto, que prevê o emprego das Forças Armadas no Distrito Federal até o dia 31 de maio, provocou reações imediatas no Congresso Nacional. O Palácio do Planalto pediu que os ministérios compilassem e reunissem imagens das câmeras de segurança mostrando os estragos para ajudar a defender a decisão de invocação das tropas militares. Essas imagens podem servir também para identificar e enquadrar criminalmente as pessoas responsáveis pela depredação.
O Planalto alegou que recorreu ao Exército e à Marinha porque a Polícia Militar do Distrito Federal não conseguiu controlar os manifestantes e conter o que considerou uma "barbárie". Na Câmara, o anúncio de que as Forças Armadas tinham sido chamadas provocou bate-boca entre deputados. A sessão foi suspensa por 30 minutos. Opositores classificaram a medida como uma espécie de formalização do "estado de exceção".
*ZH com agências