A Justiça Federal no Distrito Federal negou nesta segunda-feira (29) pedido da jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para repatriar recursos que estão em uma conta bloqueada na Suíça durante as investigações da Operação Lava-Jato.
A quantia, estimada em 178 mil francos suíços, cerca de R$ 590 mil, estava em uma conta que serviu para Cláudia Cruz bancar gastos pessoais em lojas de luxo com recursos oriundos de propina recebida por Eduardo Cunha em um contrato da Petrobras em Benin.
Leia mais
Absolvição de Cláudia veio do "coração generoso" de Moro, diz procurador
MPF vai recorrer da decisão de Moro que absolveu mulher de Eduardo Cunha
Sergio Moro confisca R$ 640 mil de Cláudia Cruz
Na decisão, a juíza Diana Maria de Silva entendeu que a jornalista não pode trazer os valores de volta por meio da Lei da Repatriação, embora tenha sido absolvida por falta de provas, na semana passada, pelo juiz federal Sérgio Moro.
"Apesar da absolvição da impetrante no juízo de 1º grau, tal ilação não tornou lícitos os valores encontrados em seu nome em contas do Exterior, ao contrário, eles foram confiscados, por terem sido angariados com recursos de propina, recebidos pelo esposo da impetrante", decidiu a juíza.
Na semana passada, Moro absolveu Cláudia Cruz da acusação da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas no processo que investiga o pagamento de propina, oriunda do superfaturamento do contrato da Petrobras, ao deputado Eduardo Cunha.