A Operação Lava-Jato investiga o destino de US$ 70 milhões atribuídos aos donos da cervejaria Itaipava em uma conta nas pequenas ilhas de Antígua e Barbuda, no Caribe. Segundo o delator Olívio Rodrigues Júnior, que abria e controlava contas secretas da Odebrecht, o dinheiro foi usado para comprar imóveis no paraíso caribenho.
Olívio, como é conhecido, afirmou que o valor estava escondido em nome da offshore Legacy International, no banco Antigua Overseas Bank (AOB).
– Eles, da Cervejaria Itaipava, têm hoje a quantia de US$ 70 milhões, ou US$ 60 (milhões), ou US$ 80 (milhões), não sei especificar o valor, em imóveis dentro da ilha, representado por esses títulos – afirmou Olívio em delação premiada fechada em dezembro com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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O objetivo da operação de compra de imóveis, segundo Olívio, era apagar rastros dos pagamentos para políticos e agentes públicos feitos pela Itaipava, em parceria com a Odebrecht, via conta secreta em nome da offshore.
Na época, um contador e os proprietários do Grupo Petrópolis – dona da Itaipava –, Walter Faria, e seu sobrinho Vanuê Faria, tinham sido alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF), no Brasil – a Operação Avalanche, em 2008.
A conta Legacy recebeu US$ 99 milhões de dinheiro ilícito da Odebrecht, em 2007 e 2008, como compensações pela venda de reais não contabilizados da cervejaria no Brasil, apontou a delação da Odebrecht. Em nota, os donos da Itaipava negaram relação com a conta e afirmaram que todas as suas transações estão registradas.