A Procuradoria da República no Paraná recorreu da sentença do juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava-Jato na primeira instância, que condenou o ex-marqueteiro do PT João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, a oito anos e quatro meses de prisão cada um, pelo crime de lavagem de dinheiro.
Os procuradores pedem a Moro que reconheça também a prática de corrupção passiva pelo casal. No mesmo recurso, os procuradores defendem a condenação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por lavagem de dinheiro. O petista havia sido condenado, inicialmente, por corrupção passiva.
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Os marqueteiros das campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014) foram condenados, em fevereiro, no âmbito de processo relacionado ao esquema de corrupção envolvendo contratos entre o grupo Keppel Fels e a Petrobras nas plataformas P-51, P-52, P-56 e P-58, e contratação de estaleiros.
Segundo o Ministério Público Federal, a empresa pagava, por meio do lobista Zwi Skornicki, propinas ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque para prestar serviços à petrolífera.
"João Vaccari, Mônica Moura e João Santana, direta ou indiretamente, em unidade de desígnios e de modo consciente e voluntário, solicitaram, aceitaram e receberam, para si e para outrem, os valores espúrios oferecidos/prometidos por Zwi Skornicki e aceitos pelos funcionários da Petrobras, agindo como beneficiários da corrupção", afirmam os procuradores.
No recurso, o Ministério Público Federal argumenta que Santana e Mônica "também devem ser responsabilizados pela prática dos crimes de corrupção passiva praticados tanto nos contratos firmados diretamente pelo grupo Keppel Fels com a Petrobras quanto naqueles relativos à contratação feita por intermédio da Sete Brasil".
Já o ex-tesoureiro do PT foi condenado por receber propinas e repassá-las ao casal.
Defesas
Procurado pela reportagem, o advogado Fábio Tofic, que representa João Santana e Mônica Moura, não havia respondido até a conclusão desta matéria. A reportagem entrou em contato com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende o ex-tesoureiro do PT, mas não obteve resposta. As defesas dos outros citados não foram localizadas.
*Estadão Conteúdo