O ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, prestou depoimento nesta segunda-feira ao juiz federal Sergio Moro, no processo em que é denunciado na Operação Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro junto com o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, com o publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura.
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Como já assinou acordo de delação premiada, Odebrecht renunciou ao direito de ficar calado e se comprometeu a falar a verdade. O conteúdo do interrogatório não foi oficialmente divulgado, pois foi mantido em segredo de Justiça por Moro após solicitação de Odebrecht e de outro executivo da empresa, Rogério Santos de Araújo, que também depôs na tarde de hoje.
No entanto, alguns veículos de comunicação tiveram acesso ao teor dos depoimentos e publicaram as declarações de Marcelo. Após reclamação do advogado de Palocci, José Roberto Batocchio, Moro constatou que as afirmações de Marcelo Odebrecht foram reproduzidas em um site de notícias, e pediu que os presentes apresentassem seus celulares por iniciativa própria "para demonstrar que não seriam os responsáveis".
Após determinar que a planilha "Posição Programa Especial Italiano", apresentada por Odebrecht em 2014, também seja juntada aos autos, Moro lamentou os vazamentos e disse que as partes terão três dias para solicitar providências que julgarem pertinentes.
Na próxima segunda-feira, serão ouvidos o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque. Em seguida, Moro tomará depoimento de João Santana e de Mônica Moura e, depois, interrogará Antonio Palocci.
*Agência Brasil