O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na noite desta terça-feira que a decisão do governo de excluir servidores públicos estaduais e municipais da reforma da previdência "facilita muito" a aprovação da proposta no Congresso Nacional. Segundo ele, a exclusão tira 70% da pressão que parlamentares estavam recebendo para votar contra a reforma.
– Acho que facilita muito. Tira 70% da pressão que estava sendo recebida. Você estava recebendo uma pressão que não era necessária – afirmou Maia em entrevista coletiva na Câmara, após participar do anúncio da decisão pelo governo no Palácio do Planalto.
Na avaliação dele, a reforma se concentrará agora "naquilo que sempre foi o objetivo do governo, que é reduzir o déficit da previdência, que nunca incluiu servidores estaduais".
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De acordo com Maia, a decisão evitou uma derrota do governo, na medida em que servidores estaduais estavam se mobilizando para aprovar uma emenda para que fossem excluídos da reforma.
– Acho que agora está no caminho certo. É concentrar nisso. Tirar da frente os servidores estaduais que estavam começando a se mobilizar sobre uma emenda. Agora é discutir cada um dos temas e mostrar que cada um deles está correto – disse.
Relator da reforma na comissão especial da Câmara, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) também avaliou que a decisão do governo de retirar os servidores públicos estaduais e municipais facilitou a aprovação da proposta.
– Ficou mais fácil, mas mais importante é darmos a autonomia aos Estados – disse.
Ele negou que o governo esteja cedendo:
– Não estamos cedendo em nada, porque não estamos tirando nada.
Arthur Maia afirmou que não caberia ao Congresso estabelecer os parâmetros que os Estados e municípios terão de fazer as reformas de seus sistemas previdenciários. Ele desconversou, porém, ao ser questionado se a pressão local não tornará ainda mais difícil para assembleias e câmara municipais aprovarem essas reformas.
– Essa pergunta você tem que fazer aos governadores – disse o relator.