Em entrevista à revista britânica The Economist, o presidente Michel Temer afirmou que prefere ser um governante "impopular do que populista". Temer disse a frase enquanto falava sobre a atuação da oposição, que, segundo a revista, o acusa de querer "equilibrar as contas do governo explorando os pobres". O presidente destacou que as reformas, criticadas por opositores e sindicalistas, vão proteger "o futuro de todos os nossos programas sociais".
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Ainda segundo a revista, Temer usa seu caso como exemplo para justificar a necessidade das reformas propostas. "Ele aponta para si mesmo como um exemplo claro de aposentadoria prematura: tem recebido uma generosa pensão desde que deixou de trabalhar como procurador em São Paulo há mais de duas décadas", diz trecho da publicação.
A publicação começa destacando o cenário adverso enfrentado pelo peemedebista nesse pouco tempo de governo e contextualiza o cenário no qual o atual mandatário governa após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT):
"A maioria dos presidentes na situação de Michel Temer seria chamada de 'preparado para o combate'. O Brasil ainda tem que se recuperar de sua pior recessão. Alguns dos aliados mais próximos do presidente enfrentam acusações no maior escândalo do país. Seu índice de aprovação está abaixo de 30% e muitos brasileiros consideram sua presidência como ilegítima", escreve o jornalista.
Em seguida, o profissional da The Economist faz questão de descrever que, ao receber a reportagem, no último sábado em Brasília, Temer "parecia qualquer coisa, menos estar em combate".
A matéria também explica o processo de impeachment que retirou Dilma Rousseff do poder e conduziu Temer ao comando do Brasil até o fim de 2018.
Entre outros temas, a publicação britânica cita delações da Odebrecht, em que o presidente é citado por pedir doações de campanha para o seu partido. A lista de Janot, que deve atingir políticos ligados a Temer e também seus adversários, e suas repercussões no meio político, também são lembrados pelo jornalista.