Com a perspectiva de ser instalada em meados de abril no Senado, a CPI da Previdência será o palco de uma guerra de números entre governo e oposição. Reticente no princípio em relação à investigação, o Palácio do Planalto abraçou a comissão e quer usá-la como ferramenta da propaganda. A ideia é destacar o rombo da Previdência, que passou dos R$ 305,4 bilhões em 2016, conta que envolve INSS e regimes próprios de União, Estados e municípios.
– A CPI vai comprovar que as informações dadas pelo Executivo são verdadeiras. A CPI deve servir para informar a sociedade, vai reforçar a necessidade da reforma – afirma Paulo Bauer (SC), líder do PSDB no Senado.
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Idealizador da comissão, Paulo Paim (PT-RS) discorda dos dados do governo. Ele avalia que os futuros depoimentos e os números que serão fornecidos e analisados por técnicos e parlamentares deixarão claro que não há déficit na Previdência:
– Ministério Público, Procuradoria da Fazenda e auditores fiscais deixam claro que há desvio de recursos para outras finalidades no orçamento. Também é preciso cobrar quem sonega, porque desconta no salário do trabalhador e não paga sua fatia de tributos. Mais de R$ 100 bilhões foram tirados do trabalhador.
O Senado já abriu o prazo para os líderes dos partidos indicarem os integrantes na CPI, que terá, ao todo, sete titulares e cinco suplentes. Como coletou as 62 assinaturas para abrir a comissão, Paim trabalha com a possibilidade de ser o presidente, deixando a relatoria com PMDB ou PSDB.