Uma semana após a remessa da segunda lista de Janot chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), finalmente os 320 procedimentos solicitados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) chegaram ao gabinete do ministro Edson Fachin. A partir de agora, o relator da Lava-Jato na Corte irá decidir sobre os 83 pedidos de inquérito, 211 declínios de competência, sete arquivamentos e 19 outras previdências. Não há prazo para o ministro deliberar.
O ministro ainda não tinha tido acesso às petições porque os servidores do Supremo tiveram de catalogar e digitalizar cada um dos documentos. As 11 caixas com todo o material reunido pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, deixaram a sala-cofre do STF no início da tarde e foram levadas até o gabinete do ministro, no terceiro andar do edifício-anexo à sede do tribunal. Trata-se da maior carga de trabalho já enviada à Corte de uma única vez. Em cada caixa, há envelopes contendo os supostos fatos criminosos narrados pelos 78 executivos da construtora Odebrecht.
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Para facilitar o entendimento de Fachin, Janot procurou ser o mais didático possível, sistematizando as informações sobre cada suspeito de envolvimento no esquema fraudulento. As petições contêm um resumo detalhado das circunstâncias em que cada político teria cometido os supostos atos ilícitos.
O procurador relata ainda a participação de eventuais cúmplices e informa o trecho específico no qual o caso é delatado pelos executivos da empreiteira. Dessa forma, Fachin pode certificar-se assistindo às gravações em vídeos dos depoimentos. No total, os interrogatórios dos executivos da Odebrecht ocupam 500 gigabytes.
Junto com os pedidos de providências, Janot solicitou a Fachin a quebra do sigilo de todo o material. A expectativa em Brasília é que o ministro tome uma decisão sobre as 320 petições até a próxima sexta-feira.