O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, se licenciou do cargo para realizar uma cirurgia de retirada da próstata. Segundo a assessoria do peemedebista, ele conversou com o presidente Michel Temer na quarta-feira e desde então está em "licença médica informal". Padilha então seguiu para Porto Alegre, onde será realizado o procedimento.
Conforme a assessoria do Hospital Moinhos de Vento, a cirurgia é eletiva e está "pré-agendada com data ainda a ser definida".
O ministro deve retomar as atividades em 6 de março. Na sua ausência, o secretário-executivo da pasta, Daniel Sigelmann, está despachando.
Na conversa que teve com Temer, o ministro explicou a recomendação para a cirurgia. Na segunda-feira, em Brasília, ele passou mal e teve de ser internado no hospital das Forças Armadas. O quadro era de obstrução urinária, provocada por uma hiperplasia prostática benigna.
Leia mais:
Amigo de Temer, Yunes diz ter intermediado "envelope" em nome de Padilha
Em perguntas a Temer, Cunha deu sinais de que sabia de "pacote" recebido a mando de Padilha
Padilha enfrentou uma bateria de exames, que demonstrou o aumento da próstata. Pessoas próximas ao peemedebista relatam que ele sentia fortes dores para urinar e chegou a ter uma hemorragia. A assessoria do ministro informa que o procedimento será realizado em Porto Alegre nos próximos dias, entre o fim de semana e a segunda-feira. Ele passa por exames preparatórios no Hospital Moinhos de Vento.
Não é a primeira vez que Padilha enfrenta problema dessa natureza. Ano passado, ele sentiu fortes dores e foi internado às pressas no Moinhos de Vento para uma sondagem que desobstruiu a uretra.
A saúde do gaúcho tem preocupado o núcleo duro do Planalto. Em 2016, ele precisou ser internado por um pico de pressão e por uma crise de labirintite.
A licença de Padilha coincide com um período de pressão do gaúcho, com o avanço da Operação Lava-Jato e questionamentos em outras ações na Justiça. Em entrevistas recentes, o advogado José Yunes, amigo de Temer, afirmou que recebeu, a pedido do ministro, um "pacote" em seu escritório de Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em seu depoimento de delação premiada, o ex-diretor da Odebrecht, Claudio Melo filho, relatou ter repassado dinheiro a Yunes por orientação de Padilha.
Contraponto
ZH não conseguiu contato com Padilha e sua assessoria na manhã desta sexta-feira. À Revista Veja, o ministro afirmou que não conhece Funaro e negou irregularidades:
– Por não conhecê-lo, logo não pedi nada a ele.