O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), pediu demissão na noite desta quarta-feira ao presidente Michel Temer alegando problemas de saúde. Serra esteve no Palácio do Planalto na noite desta quarta-feira para entregar seu pedido de exoneração a Temer.
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O chanceler informou que está passando por tratamentos médicos que o impedem de fazer as viagens internacionais necessárias para o cargo.
No documento, Serra diz estar triste com a decisão e promete trabalhar em prol do governo ao reassumir seu mandato de senador por São Paulo. De acordo com ele, o período de recuperação é de pelo menos quatro meses.
Em dezembro de 2016, O ex-ministro realizou uma cirurgia na coluna cervical no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo após apresentar, segundo os médicos, quadro de "instabilidade segmentar vertebral e estenose foraminal".
Leia a íntegra da carta de demissão do ministro José Serra:
"Senhor presidente, Pela presente, venho solicitar minha exoneração do cargo de Ministro de Estado das Relações Exteriores. Faço-o com tristeza mas em razão de problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência, os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de Chanceler. Isto sem mencionar as dificuldades para o trabalho do dia a dia. Segundo os médicos, o tempo para restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses. Para mim, foi motivo de orgulho integrar sua equipe. No Congresso, honrarei o meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática no Brasil. Respeitosamente, José Serra"
Perfil
Um dos principais nomes do PSDB e uma das principais figuras da política brasileira, Serra não conseguiu realizar seu grande sonho: chegar à presidência. Foi derrotado por Lula em 2002 e por Dilma em 2010. Começou militando na esquerda e fazendo política estudantil, o que resultou em exílio quando os militares tomaram o poder, em 1964.
Retornou com a lei da anistia, em 1979, para atuar no PMDB. Depois, tornou-se um dos fundadores do PSDB, partido pelo qual elegeu-se prefeito e governador de São Paulo. O nome foi associado ao escândalo das licitações no transporte público paulista, o chamado Trensalão Tucano. Serra é senador pelo Estado de São Paulo e tem mandato até 2022.
*Agência Brasil