O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, afirmou nesta quarta-feira que ainda não sabe se vai abrir mão de migrar da Primeira para a Segunda Turma da Corte. Ele ponderou, contudo, que está muito satisfeito no atual colegiado. Colega de Marco Aurélio na Primeira Turma, o ministro Edson Fachin formalizou nesta quarta, perante a presidência da Corte, o pedido para migrar para a Segunda Turma do STF. Como é o integrante mais novo, Fachin depende de que os outros quatro colegas do colegiado abram mão da transferência.
– Jamais me escolhi relator desse ou daquele processo. Estou muito satisfeito na primeira turma – disse Mello ao chegar ao edifício-sede para a primeira sessão plenária do ano.
Após receber a solicitação formal de Fachin, a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidiu encaminhá-la aos ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, para que digam, formalmente, se pretendem exercer o direito de migrar de turma ou se abrem caminho para Fachin.
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O ministro também afirmou que Fachin o telefonou nesta quarta para falar sobre sua vontade de migrar para a Segunda Turma, colegiado onde são julgados muitos processos da Operação Lava-Jato, como recebimento de denúncias contra senadores e deputados federais.
Questionado sobre a tendência da presidente do STF, Cármen Lúcia, de sortear a relatoria da Lava-Jato entre os integrantes da Segunda Turma, Marco Aurélio disse que:
– Não fico aliviado porque nunca fugi nem do trabalho nem do enfrentamento de grandes questões. Claro que prefiro assistir a tudo da arquibancada.
O ministro também comentou a saída do STF do juiz Márcio Schiefler, auxiliar de Teori Zavascki e considerado o principal assistente do ministro morto em acidente na condução da Lava-Jato. Marco Aurélio afirmou que a mudança não causa nenhum baque para a operação.
– O importante é o relator – disse o ministro.
*Estadão Conteúdo