Primeiro vice-presidente da Câmara e coordenador da bancada de Minas Gerais na Casa, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) anunciou, nesta quinta-feira, rompimento pessoal com o governo Michel Temer. O anúncio foi uma reação à indicação do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o comando do Ministério da Justiça, cargo que era cobiçado pela bancada mineira.
– Estou rompendo com o governo e vou colocar toda a bancada de Minas para romper também. Se Minas Gerais não tem ninguém capacitado para ser ministro, não devemos apoiar esse governo. Vou trabalhar no plenário contra o governo, para derrotar o governo em tudo. A vice-presidência da Câmara vai ser um ponto de apoio aos que não estão contentes com o governo – afirmou Ramalho em entrevista à Agência Estado.
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Ramalho defendia o nome de um mineiro para substituir Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça.
– Minas não aceita mais ficar sem ministério. Minas quer participar do governo. Temos a segunda maior economia do Brasil, a segunda maior população; Fomos a bancada que deu mais votos para o impeachment (da ex-presidente Dilma Rousseff – cobrou em entrevista à imprensa no início de fevereiro.
O nome defendido pela bancada mineira – a segunda maior da Câmara, com 53 deputados – para a Justiça era o do deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). O peemedebista, porém, perdeu força para ocupar o cargo, após virem à tona críticas feitas por ele ao poder de investigação do Ministério Público. Em 2013, Pacheco se posicionou contra o poder de investigação do MP, quando a Câmara discutia PEC sobre o tema. Após protestos públicos, a proposta foi engavetada.
O rompimento de Ramalho, se levado a cabo, pode trazer complicações para o presidente Michel Temer. Como o Brasil está sem vice-presidente da República, o 1º vice-presidente da Câmara assumirá o comando da Casa sempre que Temer viajar e o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumir a presidência do País. Como presidente da Casa, caberá a Ramalho definir a pauta de votações.
Em entrevista à Agência Estado, Ramalho já deu o tom de como trabalhará contra o governo Temer na Câmara.
– Essa reforma da previdência é uma vergonha. Vamos votar contra. Queremos uma reforma justa, que seja construída pelo parlamento, e não que venha do Palácio do Planalto – disse Ramalho, que foi eleito 1º vice-presidente da Casa de forma avulsa, contra o candidato oficial da bancada.
*Estadão Conteúdo