A Justiça Federal divulgou, nesta quinta-feira, a íntegra da decisão assinada pelo juiz Marcelo da Costa Bretas que pede a prisão preventiva do empresário Eike Batista no âmbito da Operação Lava-Jato. Ele é acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O político também teve o mandado de prisão preventiva expedido no despacho, mas ele já se encontra detido. Além disso, a sentença determina o cumprimento de quatro conduções coercitivas e 22 buscas e apreensões.
Na Operação Eficiência, a Polícia Federal no Rio de Janeiro prendeu Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão e Flávio Godinho. Os quatro faziam parte da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado, Sérgio Cabral..
A operação apura um esquema usado para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao Exterior. Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) pediram à Justiça a prisão de dez pessoas, tendo sido nove autorizadas, incluindo o ex-assessor e o operador de Cabral no esquema Francisco Assis Neto e do empresário Eike Batista, ambos fora do país. Os demais pedidos de prisão foram contra o próprio governador e outro ex-assessor Carlos Miranda, além do ex-secretário estadual de Governo Wilson Carlos, que também já estão detidos.
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A Polícia Federal tenta confirmar o embarque de Eike para Nova Iorque, na última terça-feira, com um passaporte alemão, quando a Justiça já tinha emitido o mandado de prisão. O empresário deve se apresentar imediatamente para não ser considerado foragido. A Interpol, (polícia internacional), já foi contatada para ajudar nas buscas. De acordo com o delegado Tacio Muzzi, um dos coordenadores da Operação Eficiência, ainda é cedo para dizer que houve a intenção de fuga de Eike.
– Estamos tendo cuidado para ver se há espontaneidade dele se apresentar à Justiça ou não – disse, sugerindo que o prazo é até o final do dia.
O advogado do empresário, Fernando Martins, afirmou mais cedo que seu cliente participa de reuniões de negócios e que a intenção de Eike é cooperar.
Eike Batista e o executivo Flávio Godinho, do grupo EBX, são acusados de pagar de US$ 16,5 milhões ao ex-governador, em troca de benefícios em obras, usando uma conta fora do país. Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem obstruído investigações.
A operação da PF foi feita com base em depoimentos dos delatores Renato Hasson Chebar, que atuava no mercado financeiro e seu irmão, Marcelo Hasson Chebar, em troca de benefícios penais. Eles estão envolvidos na remessa de US$ 100 milhões do ex-governador para fora do país. Há suspeita que eles tenham utilizado mais de cinco contas para dividir o dinheiro.
*Agência Brasil