Oito advogados que representavam o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho em ação penal na 7ª Vara Federal Criminal do Rio renunciaram da defesa do peemedebista alegando "conflito de interesses". Os criminalistas também atuam na defesa do empresário Eike Batista – outro alvo dos desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio – em processos na Justiça. O documento no qual renunciam foi entregue na segunda-feira à Justiça.
A defesa de Cabral era encabeçada pelos criminalistas Ary Bergher e Raphael Mattos, sócios do escritório Bergher & Mattos. Os dois também representam o empresário Eike Batista em outros processos na Justiça, como a ação penal que tramita na 3ª Vara Federal Criminal do Rio. Nela, o fundador do grupo é acusado dos crimes de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas (insider trading) na negociação de ações da empresa de construção naval do grupo, a OSX.
Leia mais
Eike chega à sede da PF para depor e advogado descarta delação
Eike Batista passa a noite em uma cela de 15m² com mais seis presos
Secretário pediu transferência de Eike do Ary Franco por questões de segurança
De acordo com publicação do dia 27 do Blog do Fausto Macedo, o peemedebista vinha conversando com seus advogados sobre a possibilidade de fechar um acordo de delação e havia fechado a troca de Ary Bergher pelo criminalista Sérgio Riera.
Riera foi responsável pela delação premiada na Lava-Jato de Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos na Diretoria Internacional da Petrobras. À época, o advogado negou ter sido contratado por Cabral. Segundo ele, seu trabalho, atualmente, estava relacionado somente à defesa da ex-mulher de Cabral Susana Neves Cabral. Ela foi alvo de condução coercitiva na Operação Eficiência, assim como Eike.
Cabral foi preso em novembro de 2016. O ex-governador do Rio é alvo da Operação Calicute, desdobramento da Lava-Jato no Rio.
*Estadão Conteúdo