O presidente Michel Temer reforçou, em café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira, que não vai renunciar ao cargo. Sobre o risco de ter a chapa cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o peemedebista afirmou que "haverá recursos e mais recursos", mas que pretende obedecer a posição do Judiciário.
– Se a chapa for cassada, respeito a decisão do Judiciário. Antes disso, haverá recursos e mais recursos – afirmou Temer.
O governo monitora a tramitação no TSE de uma ação do PSDB, que tenta cassar a chapa Dilma-Temer, eleita em 2014. Os tucanos, atuais aliados do presidente, apontam suspeita de abuso de poder político e econômico na disputa eleitoral. O caso deve ser julgado no primeiro semestre de 2017.
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Durante o café, Temer tentou demonstrar tranquilidade sobre os efeitos das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. O próprio presidente já foi citado nos depoimentos, bem como integrantes de seu governo.
Ele ainda afirmou que não cogita deixar o Planalto antes do final do mantado em 2018. Perguntado sobre uma eventual renúncia, foi direto:
- Não tenho pensado nisso.
Balanço dos primeiros meses de governo
No encontro, o presidente fez um balanço dos sete meses de governo. Destacou a aprovação da PEC do teto de gastos, a reforma do Ensino Médio, a repatriação de valores não declarados e o início da tramitação da reforma da Previdência.
Segundo o peemedebista, as ações são permitidas pela baixa popularidade de sua gestão, apontadas em pesquisas de opinião.
– A baixa popularidade do governo é que tem permitido tomar medidas que, alguém que tivesse uma popularidade extraordinária, com viso eleitoral, não poderia tomar. Estou aproveitando a suposta impopularidade – disse.
Padilha "continua firme e forte"
Ainda durante o encontro, o Temer garantiu que não pretende demitir o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, citado em delações da Odebrecht:
– Não tirarei o chefe da Casa Civil. Na verdade, ele continua firme e forte –, disse Temer.
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o lobista Lúcio Funaro entregou a José Yunes, ex-assessor do governo, R$ 1 milhão em dinheiro oriundo da Odebrecht. O valor teria sido solicitado por Padilha. O ministro nega a acusação.
Sobre os integrantes do governo citados nas delações, Temer disse que analisará “caso a caso”. Ele também negou a intenção de uma reforma ministerial neste momento, mas não descarta mudanças no futuro.