O governador José Ivo Sartori (PMDB) espera que o decreto de calamidade financeira do Estado sensibilize o Palácio do Planalto. Questionado se, a partir da medida, espera da União o mesmo tratamento conferido ao Rio de Janeiro, que recebeu R$ 2,9 bilhões antes da Olimpíada, o gaúcho afirmou que a decisão reforça a ideia de que o Rio Grande do Sul só sairá da crise com ajuda federal.
– É mais um sinal (o decreto) de sensibilização da sociedade e também do Poder Executivo federal. Sem ele, nós não vamos encontrar uma solução para os nossos problemas – disse.
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Sartori deu a declaração antes da reunião dos governadores com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que acontece no Palácio do Planalto. O decreto de calamidade financeira foi publicado na edição desta terça-feira do Diário Oficial do Estado, um dia depois do anúncio de um pacote de medidas.
Com a calamidade, o Piratini pode abrir o caminho para receber um socorro da União, a exemplo do que ocorreu com o Rio de Janeiro, auxiliado em R$ 2,9 bilhões pelo governo Temer. Naquela oportunidade, foi editada uma medida provisória que previa a utilização da verba nas ações de segurança do evento esportivo. Sartori, no entanto, destacou que a situação dos Estados é diferente.
– Nós não temos uma Olimpíada. O critério é outro, a decisão é outra – justificou.
Pela manhã, o gaúcho participou de um encontro de governadores na residência oficial do governo do Distrito Federal. O grupo defende que a União repasse aos Estados um percentual dos recursos arrecadados com as multas do programa de repatriação dos valores, assunto que está em discussão no Supremo Tribunal Federal.
Os governadores também pedem celeridade na aprovação no Congresso da PEC dos Precatórios e esperam avanços nas tratativas da securitização da dívida dos Estados.