Enquanto em Brasília o governador José Ivo Sartori fazia, nesta terça-feira, apelo ao Ministério da Justiça por reforço nas ações de combate ao crime, dirigentes da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) protocolavam na Assembleia Legislativa pedido de CPI para investigar a suposta omissão do Piratini na destinação de recursos à segurança pública.
Amparado por um abaixo-assinado com mais de 7 mil assinaturas, o presidente da entidade, Ricardo Breier, entregou ao parlamento um dossiê no qual retrata a onda de violência que assusta os gaúchos.
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No pedido, Breier salienta o aumento de 34,8% no número de latrocínios (roubos com morte) somente no primeiro semestre deste ano e o recrudescimento da atividade de organizações criminosas e do tráfico de drogas. O presidente da OAB-RS também apontou a escassez de medidas tomadas pelo governo para amenizar a insegurança nas ruas da Capital.
– Buscamos o diálogo com o governo do Estado mas essa porta não foi aberta. Esse tema não tem partido, não tem cor – disse Breier.
Abertura exige adesão de 19 parlamentares
Além da OAB-RS, cerca de outras cem entidades da sociedade civil subscreveram o pedido, sobretudo sindicatos da área da segurança pública. Representantes classistas como Ricardo Agra, secretário-geral da Abamf, associação que reúne servidores de nível médio da Brigada Militar, relatou que apenas este ano 3,5 mil brigadianos deixaram a corporação.
Ao receber o documento, a presidente da Assembleia, Silvana Covatti (PP), reconheceu a gravidade da situação, mas esclareceu que apenas as assinaturas de populares não bastam para a instalação da CPI. De acordo com o regimento interno da Casa, é necessário que 19 parlamentares sejam signatários do pedido.
Durante a solenidade, pelo menos sete deputados de oposição manifestaram apoio à iniciativa. No total, os opositores declarados somam 14 nomes, se incluída a bancada do PTB – que se diz independente –, o número chega a exatos 19.
O ambiente de insegurança vivido em Porto Alegre, contudo, deve levar alguns deputados governistas a aderirem à CPI. Único integrante da base de sustentação do Piratini presente ao evento, Adilson Troca (PSDB) sugeriu que a presidente convoque reunião do colégio de líderes para discutir o assunto:
– Essa é uma CPI diferente, é por uma causa. Acredito que a Casa pode assumir a discussão do assunto como uma CPI da sociedade gaúcha. (Assim) assinaria o pedido.