O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, afirmou, nesta sexta-feira, que o episódio envolvendo os agora ex-ministros da Cultura Marcelo Calero e da secretaria de Governo Geddel Vieira Lima está sendo "magnificado".
Em depoimento prestado à Polícia Federal, Calero acusou o presidente Michel Temer de tê-lo "enquadrado" para buscar uma saída para a obra de interesse de Geddel. O ex-ministro disse inclusive que gravou uma das conversas que teve com o presidente.
Leia mais
Quem é Marcelo Calero, que foi de vidraça a estilingue no governo Temer
Temer admite conversa com Calero para "arbitrar conflitos" com Geddel
PGR analisa abrir inquérito para investigar ministro Geddel Vieira Lima
Questionado sobre o caso, que gerou até mesmo conversas sobre um pedido de impeachment de Temer entre a oposição, Gilmar Mendes minimizou a situação.
– Parece que as coisas estão sendo magnificadas. Vejo algo inusitado nessa história de que o ministro teria gravado o presidente. Se isso ocorreu, vai para o Guiness (Book, livro de recordes). É uma coisa inusitada, absolutamente despropositada, que um ministro, ainda mais para um profissional do Itamaraty, tenha esse tipo de conduta. Realmente suscita preocupação – disse ele em rápida conversa com a imprensa após participar de um evento na Fiesp para celebrar os 20 anos da lei de mediação.
Ele afirmou acreditar que o caso será tratado pelos meios adequados e será devidamente encaminhado.
– Temos crises maiores do que esse episódio relativo a um flat em uma longínqua praia da Bahia – ironizou.
Pressionado se acredita que a conduta de Geddel configuraria tráfico de influência, Gilmar Mendes disse isso terá de passar por exame oportunamente, se houver denúncia – e o STF for instado a analisar o caso.
*Estadão Conteúdo