Prevista para ser votada em segundo turno pela Câmara dos Deputados nesta terça-feira (25), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impõe um teto de gastos públicos por 20 anos deverá ter ainda mais apoio em plenário. A garantia é do relator da matéria, Darcídio Perondi (PMDB-RS).
Nesta segunda (24), o deputado disse que o placar deve ser mais amplo do que o registrado na votação de primeiro turno, onde 366 parlamentares disseram sim à PEC.
“Vai ficar entre 370 e 380, porque muitos dos ausentes (em primeiro turno) estarão presentes. E eles estão conosco”, assegurou Perondi.
Um dos principais interlocutores do presidente Michel Temer na Câmara, Perondi garantiu que o temor de uma delação do ex-deputado Eduardo Cunha, preso na semana passada, não irá enfraquecer a base.
“Em todas as votações haverá mobilização, cada vez mais intensa com a base aliada”, disse.
Perondi comentou o jantar marcado para esta segunda na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Disse que faz parte de uma nova forma de governar, onde há prioridade de diálogo com o Legislativo.
Já a oposição afirma que tentará obstruir a votação e ainda tem esperança de reverter votos. Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), a opinião pública poderá ajudar a reverter o quadro.
“Uma boa parte da sociedade brasileira está compreendendo melhor agora o que significa esta PEC: é o congelamento de todas as políticas públicas e serviços públicos por 20 anos, o que será um desastre em diversas áreas”, defendeu. O petista entende que o apoio à PEC diminuiu, citando pesquisas recentes sobre o assunto.
O prazo de cinco sessões a partir da aprovação da redação final da PEC termina nesta segunda. A base de Temer garante que marcará presença em plenário para votar a matéria entre a tarde e a noite desta terça. São necessários ao menos 308 votos, o que significa três quintos dos 513 deputados. Se aprovado, o texto será encaminhado ao Senado, que também terá de analisá-lo em dois turnos.