O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, preso nesta quinta-feira (22) em São Paulo, teria cobrado propina do empresário Eike Batista, no valor de R$ 5 milhões. O pagamento seria referente à obtenção do contrato com a Petrobras para construção das plataformas P-67 e P-70 (unidades voltadas à exploração dos campos de pré-sal).
As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e constam na investigação da 34ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e também no Distrito Federal.
Conforme o MPF, Eike Batista contou, em depoimento prestado aos procuradores, que recebeu pedido do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, de interesse do Partido dos Trabalhadores (PT).
"Para operacionalizar o repasse da quantia,o executivo da OSX (Eike) foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com a empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato", diz o Ministério Público Federal. Os publicitários mencionados são João Santana e Mônica Moura, que seguem presos em Curitiba.
Conforme a investigação, Eike conseguiu realizar a transferência de US$ 2,3 milhões, no exterior em abril de 2013.
Em troca, a empresa de Eike (OSX) e a Mendes Júnior conseguiram contrato no valor de US$ 922 milhões com a Petrobras, através do consórcio firmado entre ela (Consórcio Integra Offshore).