A aliança do PT com o PCdoB para disputar a prefeitura de Porto Alegre foi selada na tarde deste sábado durante as convenções dos partidos. A chapa do petista e ex-prefeito Raul Pont – com a comunista Silvana Conti, como vice – foi oficializada em meio a um ato político que teve a presença de lideranças partidárias e representantes dos movimentos sociais.
Leia mais:
Confira a lista dos candidatos a prefeito de Porto Alegre
Cinco partidos farão convenção neste fim de semana em Porto Alegre
Em seus discursos, ambos reforçaram a importância da aliança entre os partidos da esquerda e frisaram o compromisso com a manutenção dos serviços públicos, como o Sistema Único de Saúde (SUS), e com as políticas sociais.
Durante o lançamento da candidatura de Pont em convenção do PT, na sede da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras (FETRAFI-RS), representantes da sigla como a deputada Maria do Rosário, o deputado estadual Adão Villaverde, o deputado federal Henrique Fontana e o ex-ministro Miguel Rossetto compareceram para apoiar a chapa. Palavras de ordem contra o governo do presidente interino Michel Temer intercalavam as manifestações dos políticos. A presidente do Cpers, Helenir Aguiar, também estava no ato.
No início da tarde, Pont compareceu, ao lado do ex-governador Tarso Genro, ao evento do PCdoB, no Hotel Ritter, no Centro Histórico. Ele foi recebido pelos líderes do partido, como o presidente municipal da sigla Marcio Cabral, o deputado estadual Raul Carrion e a deputada estadual Manuela D'Avila. Para a militância da sigla, o candidato à prefeito falou sobre a decisão de retornar às disputas eleitorais.
– Eu já tinha dito publicamente que não estava mais disposto a continuar disputando eleições, queria continuar militando no partido, podendo fazer outras coisas na vida política, mas esse golpe e essa conjuntura me obrigaram a voltaram e assumir esse chamado do partido – afirmou.
O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi citado pela maior parte dos representantes políticos que subiam ao palco. Manuela D'Avila agradeceu o PCdoB por apoiar sua decisão de não concorrer à eleição e reforçou o discurso de que a aliança entre os dois partidos será também para enfrentar os que apoiam a saída da presidente.
– Queremos uma Porto Alegre pública. E a Silvana representa essa cidade que queremos. Nós vamos ao segundo turno, mas a nossa primeira missão é desmascarar aqueles que não denunciaram o golpe ou que ficaram quietos – diz.
O candidato Raul Pont também criticou o presidente Temer e mostrou preocupação com as obras que recebem verbas do governo federal, como a da Ponte do Guaíba e a ampliação do Hospital de Clínicas.
– A maioria das questões que estão em curso na cidade só existem porque são obras de programas federais. Vamos tratar das questões de Porto Alegre, mas estas eleições nos apontam também outra obrigatoriedade: não vamos esquecer um minuto, que, com esses golpistas em Brasília, vamos ter menos dinheiro para centenas de programas que vinhamos desenvolvendo – bradou.
O candidato também clamou por um apoio do PDT. De acordo com Pont, um dos objetivos da campanha é trazer os representantes do partido para apoiar a chapa durante as eleições municipais.
Em sua fala, Silvana Conti saudou os movimentos populares, reforçou que dará atenção para os serviços públicos como o SUS, e que Porto Alegre deve defender o acesso público à saúde. Conti, que é professora, também criticou o projeto da Escola sem Partido.
– Defender a educação sem mordaça é defender a democracia. Como que nós, em um momento como esse, vamos permitir que a nossa boca seja tapada? Nós temos lado, sim, e ter lado não significa partidarizar a educação, ter lado é dar condições para as crianças terem autonomia para escolherem seu destino – disse.
Leia as últimas notícias