O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou, nesta sexta-feira, a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) e transformou sete pessoas em réus por obstruir a Justiça tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró no âmbito da Operação Lava-Jato.
Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Delcídio Amaral, também foram acusados o ex-chefe de gabinete do ex-senador Diogo Ferreira, o banqueiro Andre Esteves, o advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai.
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Todos os envolvidos são investigados por tentar impedir o ex-diretor da Área Internacional da estatal de assinar acordo de delação premiada. O caso veio à tona com a prisão de Delcídio, em novembro do ano passado. Em uma gravação feita pelo filho de Cerveró, Delcídio aparece oferecendo dinheiro e a possibilidade de uma fuga para fora do país para que Cerveró não contasse o que sabia ao Ministério Público.
A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em maio. No documento, Janot afirma que o ex-presidente cumpriu "papel central" na trama para tentar comprar o silêncio de Cerveró e "embaraçar" as investigações da Lava-Jato.
A denúncia estava inicialmente sob a condução do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo, no entanto, desceu para a primeira instância após Delcídio perder o foro privilegiado e foi desmembrado da Lava-Jato porque Teori entendeu que os fatos da denúncia não tinham relação com a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras conduzida no Paraná pelo juiz Sergio Moro.
Os réus têm 20 dias para apresentar sua defesa à acusação.
*Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo