A presidente afastada Dilma Rousseff se manifestou na noite desta quinta-feira, em nota, sobre as afirmações feitas pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em delação premiada. Ele declarou que a petista "tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena" e que ela "conhecia com detalhes os negócios da Petrobras".
A nota emitida pela assessoria de Dilma replica os esclarecimentos prestados em 8 de abril de 2014, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia solicitado informações sobre a aquisição de participações pela Petrobras na refinaria de Pasadena. No texto, é justificado que a proposta da negociação foi levada Conselho de Administração da Petrobras, em 3 de fevereiro de 2006, onde foram definidas as condições de pagamento.
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Na ocasião, o Conselho de Administração decidiu, por unanimidade, autorizar a realização da parceria. Conforme a nota, o conselho era composto por Dilma, Antonio Palocci Filho, Cláudio Luiz da Silva Haddad, Gleuber Vieira, Fabio Colletti Barbosa, José Sérgio Gabrielli Azevedo, Arthur Antonio Sendas, Jaques Wagner e Jorge Gerdau Johannpeter, sendo que os últimos três não estavam presentes na reunião, mas acompanharam o desenrolar do processo de aquisição ao longo do período de seu mandato no Conselho.
A nota afirma que a "decisão de autorização da compra da Refinaria da Pasadena foi tomada por unanimidade no Conselho de Administração" e que a "estava alinhada com o Plano Estratégico Petrobras e seguiu os procedimentos regulares previstos no estatuto social da empresa".
O texto justifica ainda que o Conselho de Administração "não teve conhecimento" sobre sobre cláusulas do contrato que prejudicariam a empresa e que "não autorizou a aquisição voluntária da participação dos 50% restantes das ações da Refinaria de Pasadena".