A oposição pressiona para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ignore a decisão que anulou a sessão de votação do impeachment na Câmara. Líderes terão uma reunião à tarde para discutir a posição do Senado.
Parlamentares do PSDB, DEM, PPS e SD afirmam que Renan tem poder para não acolher a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O deputado concordou com parte de um questionamento da Advocacia-Geral da União, anulou a sessão dos dias 15, 16 e 17 e solicitou ao Senado a devolução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
– É um ato jurídico perfeito e concluído, o caso já saiu da Câmara. Ele (Maranhão) está interferindo no trabalho do Senado, vai além da sua alçada – afirma Pauderney Avelino (AM), líder do DEM na Câmara.
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A oposição argumenta que não há previsão no regimento da Câmara para a decisão de Maranhão. O questionamento deveria ter sido feito em plenário, durante a votação do impeachment. Cotado para ser ministro de um eventual governo Michel Temer, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) garante que Renan deve manter a votação da abertura do processo contra Dilma na quarta-feira. O parlamentar classificou como "ilegal", "arbitral" e "imortal" a posição de Maranhão.
– Não sei quais interesses estão por trás da decisão do Maranhão, mas certamente são inconfessáveis. O ato é absurdo e deve ser solenemente ignorado pelo Senado – disse Mendonça.
Enquanto aguardam como Renan vai se movimentar, assessores jurídicos das bancadas de oposição trabalham na confecção de ações no Supremo Tribunal Federal (STF). O SD pretende entrar com ação ainda nesta segunda-feira. Nos bastidores, acredita-se que a Corte terá de definir mais essa polêmica em torno do processo de afastamento de Dilma.