O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), minimizou diálogos gravados pelo presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que faz diferentes críticas à Operação Lava-Jato e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Renan argumentou que são opiniões pessoais.
– Eu não vou comentar esses fatos porque tudo diz respeito à opinião, ponto de vista. E isso na democracia é garantido – afirmou o senador, dizendo que foi eleito em Alagoas para ter opiniões políticas.
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Renan defendeu que a liberdade de expressão é um direito democrático e que não se pode criminalizá-la. Ele também diferiu suas opiniões pessoais de sua atuação como presidente do Congresso. De acordo com Renan, na condução do Senado, ele "leva em conta a opinião da maioria".
O presidente do Senado foi flagrado em gravações realizadas por Machado. O caso mais recente envolveu o ex-ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, que pediu demissão. De acordo com os áudios, Silveira criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) na Operação Lava-Jato e orientou Sérgio Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como deveriam se comportar – ambos são investigados
Em outra gravação, Renan Calheiros diz ter tentado evitar recondução de Rodrigo Janot ao cargo de procurador-geral da República. Calheiros também orientou a defesa do senador cassado Delcídio Amaral, que, à época, ainda enfrentava processo no Conselho de Ética da Casa e já havia se tornado delator da Lava-Jato.
Renan foi flagrado, ainda, em conversas com o ex-presidente José Sarney, onde os dois teriam articulado ações para prejudicar as investigações da Operação Lava-Jato e em outra gravação com Machado na qual disse que apoiava a mudança da lei que trata da delação premiada.
*Estadão Conteúdo