O ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou hoje à tarde, na sua conta do Twitter, que a secretaria da Cultura voltará a ter status de ministério, conforme decisão do presidente interino, Michel Temer. O novo ministro será Marcelo Calero, anunciado na quarta-feira como secretário nacional de Cultura.
A decisão foi tomada após Temer ser fortemente criticado pela extinção do Ministério da Cultura (MinC). Vários artistas fizeram comentários negativos após a decisão e mais de 20 Capitais, incluindo Brasília, tiveram protestos pedindo a volta da pasta. No Festival de Cannes, na França, o elenco do filme brasileiro Aquarius chamou a atenção da mídia internacional após exibir cartazes no tapete vermelho alegando que o Brasil está sofrendo um golpe de Estado.
- A decisão de recriar o Minc é um gesto do presidente Temer no sentindo de serenar os ânimos e focar no objetivo maior: a cultura brasileira - anunciou Filho em sua conta oficial do Twitter.
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A posse do novo ministro deverá ocorrer na próxima terça-feira. A partir da data, a Cultura não ficará mais subordinada ao Ministério da Educação. A fusão das duas pastas no então Ministério da Educação e Cultura foi tomada por Temer na esteira das decisões de enxugar gastos e de reduzir ministérios.
A alteração foi anunciada na quinta-feira, quando Temer editou a medida provisória 726/2016, na qual reduziu o número de ministérios de 32 para 23. Foi a primeira vez desde o governo ditatorial de Geisel que o Brasil ficou sem uma pasta exclusiva para a Cultura.
Ministro da Educação anunciou a mudança no Twitter:
O novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, é deputado federal pernambucano (DEM) e formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Ele já trabalhou na Comissão de Valores Imobiliários (CVI), na Petrobrás e foi diplomata na embaixada brasileira no México.