Após jantar com a presidente Dilma Rousseff na noite passada, o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes falou ao Timeline Gaúcha na manhã desta sexta-feira (11) e disse ter novamente ressaltado a sua opinião a respeito do vice, Michel Temer. Segundo ele, Temer é parceiro íntimo nas relações políticas e pessoais de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"O povo tem que entender que remédio para governo ruim não é interrompendo ele, porque o vice-presidente é tão responsável quanto por todas essas coisas. E até pior, pois o Temer é um homem sem legitimidade, sócio íntimo, parceiro nas práticas e nas coisas erradas de Eduardo Cunha. Ele está conspirando há algum tempo de forma absolutamente sórdida contra o governo. Sou um homem com 36 anos de vida pública, sou decente, não falo coisas que eu não sustente", afirmou.
Ciro Gomes também citou o ex-ministro da Aviação Civil, o gaúcho Eliseu Padilha, afirmando que o PT cometeu um "erro grosseiro" ao colocar o que ele chamou de "lado quadrilha do PMDB" na linha de sucessão.
"O Eliseu Padilha, aí do Rio Grande do Sul, todo mundo conhece: era o homem que no governo Fernando Henrique era chamado pela crônica política de Eliseu Quadrilha. Então a Dilma fez o erro de colocar esse homem, indicado pelo Temer. Mas ele é homem do Michel Temer", disse.
Para o ex-ministro da Integração Nacional, a presidente está serena, mas ciente da gravidade do que está acontecendo no país. Ciro, que tem defendido publicamente o mandato dela, diz que o governo está concentrado nas suas obrigações e na preservação da democracia.
Sobre o processo de cassação de Eduardo Cunha, ele diz que a única coisa que se pode ter no momento é paciência, pois o Supremo Tribunal Federal ainda não pode interferir diretamente no caso.
"Isso só acontecerá quando ficará flagrantemente demonstrado que ele está utilizando o cargo - como evidentemente está fazendo - para impedir a execução da Lei Federal", finalizou.