O superintendente geral da Assembleia Legislativa e coordenador da campanha do deputado Gilmar Sossella (PDT), Artur Souto, negou as denúncias de coação sobre servidores para contribuírem com a arrecadação da campanha de reeleição do presidente do parlamento gaúcho. Ele alega que apenas 19 dos 189 detentores de funções gratificadas compraram convites, o que, segundo ele, demonstra que não houve pressão.
Reportagem da Rádio Gaúcha apurou que diretores e coordenadores, servidores concursados da Casa, detentores de funções gratificadas, foram pressionados a comprar convites no valor de R$ 2,5 mil cada para um churrasco de arrecadação de campanha.
Ele também negou a acusação de que um servidor foi afastado porque se recusou a comprar o convite. "Toda as pessoas ouvidas pela Polícia Federal continuam em seus cargos. O servidor foi afastado por outros motivos, e só não o reintegramos por conta desta polêmica", disse.
Sobre ter sido indiciado, assim como Sossella e outras seis pessoas, por formação de quadrilha e outros crimes, o superintendente afirmou que o inquérito da Polícia Federal foi parcial e não tomou depoimentos de todos os indiciados.
Souto também negou o recrutamento de estagiários para atuarem como cabos eleitorais, mas não explicou se houve mudança nos critérios de escolha dos estudantes para trabalhar na Assembleia Legislativa após Sossella assumir a presidência.
A reportagem da Rádio Gaúcha publicada esta manhã também mostra que estagiários eram contratados com a missão de garantir apoios para Sossella na eleição. Eles relataram, inclusive, que recebiam um caderno para preencher dados de eleitores.
O superintendente confirmou a existência dos cadernos, mas disse que serviam para manter atualizado o cadastro de pessoas que recebem os informativos do mandato de Sossella.
"De 360 estagiários, só ouviram dois. Por que a Polícia Federal encerrou o inquérito tão rápido? O fato é que nós estamos pagando por enfrentarmos coisas que há muito tempo estavam em pauta, como o ponto biométrico para servidores. Isso causa desconfortos."
Ele também disse que o presidente da Assembleia não poderia falar com a Rádio Gaúcha nesta manhã porque está em roteiro no interior.
Ouça entrevista com Artur Souto no Gaúcha Atualidade