O corregedor da Assembleia Legislativa cogita pedir acesso ao inquérito da Polícia Federal que resultou no indiciamento do presidente da Casa, Gilmar Sossella (PDT) e outras sete pessoas por formação de quadrilha, coação e crimes eleitorais. O resultado da investigação foi remetido ao Tribunal Regional Eleitoral. Segundo o deputado Cassiá Carpes (SDD), as denúncias são graves e merecem análise, que, por enquanto, estão inviabilizadas devido ao segredo de Justiça que recai sobre o inquérito. "Recebemos com preocupação, pois atinge a Instituição. Mas precisamos aguardar para ter mais informações. Na próxima semana talvez possamos avançar e verificar os fatos, já que por enquanto, só tomamos conhecimento pela imprensa", afirmou.
O caso será analisado também pela Procuradoria Regional Eleitoral, a quem cabe oferecer denúncia ao TRE, arquivar a investigação ou solicitar novas investigações a Polícia Federal. A Associação dos Servidores Efetivos da Assembleia Legislativa estuda solicitar à corregedoria da Assembleia a abertura de uma sindicância para avaliar a conduta de Sossella e dos superintendentes e diretores que também foram indiciados.
A investigação da Polícia Federal comecou em agosto, depois das denúncias de pressão e do afastamento de um servidor que recusou-se a comprar ingresso para um churrasco ao valor de R$ 2,5 mil. Sossella nega pressões e afirma que se sente confortável para permanecer a frente da Assembleia. "Eu não fui condenado em nenhum processo", afirmou.
Segundo a Rádio Gaúcha apurou, estagiários do Legislativo também foram contratados a partir de critérios políticos, sem passar por processo seletivo, para que atuassem como cabos eleitorais do deputado que reelegeu-se no último domingo para o terceiro mandato consecutivo no parlamento gaúcho.