O prefeito do Recife, Geraldo Julio, transmitiu agradecimentos da família de Eduardo Campos aos brasileiros que têm manifestado pesar e solidariedade desde a morte do político, na quarta-feira no litoral paulista. Segundo ele, a família está profundamente abalada, mas tem recebido muito apoio de amigos.
"É um momento muito difícil, a dor é muito grande. Eu ganhei um irmão e agora perdi", declarou o prefeito, bastante emocionado.
Segundo Julio, que tinha uma relação muito estreita com Eduardo desde o primeiro mandato dele como governador de Pernambuco, não há previsão de liberação dos corpos em São Paulo. "Enquanto não houver essa definição, não podemos encaminhar nada por aqui".
Ele frisou que a morte prematura de Campos deixa uma lacuna no cenário político. "Não duvido que fica esse vazio, mas neste momento nosso pensamento está voltado para a família".
Desde as primeiras horas desta quinta-feira (14), jornalistas aglomeram-se na estreita rua onde fica a residência da família Campos, na zona norte do Recife. Até o momento, não há presença de populares no local, até em função da distância que a casa fica da área central da cidade.
Nas ruas da capital pernambucana quase não se enxergam placas de propaganda eleitoral de Campos. O candidato a governador pelo PSB, Paulo Câmara, determinou a retirada de todas as peças publicitárias. No diretório central do partido, foi estendida uma grande faixa preta em sinal de luto. Algumas escolas cancelaram aulas ontem e um jogo do Santa Cruz, pela série B do campeonato brasileiro, foi cancelado.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.
