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CPI que vai investigar ocupação da Câmara inicia com bate-boca entre base aliada e oposição

Dois partidos que participariam da Comissão desistiram de indicar integrantes

Mateus Ferraz

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A primeira reunião da CPI que vai investigar a ocupação da Câmara da capital por manifestantes em julho definiu os postos-chave do grupo e iniciou com bate-boca. A base aliada detém nove das cadeiras. Apenas a vereadora Sofia Cavedon (PT) é a voz dissonante. Ela e o presidente da Comissão, Reginaldo Pujol (DEM), discutiram logo no início da sessão, depois que a parlamentar foi interrompida durante uma manifestação. Dois postos ficarão vazios. PCdoB e PSOL decidiram não indicar integrantes por não concordarem com os motivos que levaram à criação do instrumento de apuração.

A sessão de instalação definiu, através de votação, o nome do vice-presidente e do relator. Serão Waldir Canal (PRB) e Marcio Bins Ely (PDT), respectivamente. Eles receberam nove votos favoráveis à indicação e uma abstenção, da vereadora Sofia Cavedon, que acusa a base aliada de ter proposta a CPI em retaliação a outra investigação em curso, que apura supostas irregularidades na Procempa. Questionado sobre a importância dos grupos, Pujol opinou que, para a Câmara, a ocupação tem peso negativo maior.

- A comparação é de dois níveis. De um lado, se está brigando pela moralidade pela coisa pública, que é o caso da Procempa. Do outro, é um valor, no meu entendimento superior, que é o funcionamento do Parlamento do Município.

O entendimento da oposição é outro. Mesmo participando do grupo, Sofia Cavedon diz que ele não era necessário.

- Essa CPI pode se alimentar do acompanhamento que a Justiça fez na ocupação e do acordo que esta Câmara firmou com os ocupantes, com o acompanhamento da Justiça e do Ministério Público da saída.

O plano de trabalho e o dia fixo de realização das sessões serão definidos na próxima segunda-feira (23).

Desistência

O PSOL, que tinha cadeira reservada à vereadora Fernanda Melchionna, enviou ofício à presidência da Comissão, informando que não participaria das atividades. Além de classificar a instalação do grupo como uma "cortina de fumaça" às apurações na Procempa. No texto, o partido ainda questiona a validade legar da Comisão, já que o instrumento deveria ser realizado para investigação em outro poder.

Já o PCdoB, que indicaria João Derly, atribuiu à desistência a dois motivos: "a criminalização dos movimentos sociais e o desvio do foco das investigações da CPI da Procempa".

Segurança

Durante a instalação da CPI, houve reforço da Guarda Municipal devido ao temor de que houvessem novas manifestações na Casa.

Ocupação

A Câmara foi ocupada entre os dias 10 e 17 de julho. Os manifestantes apresentaram uma série de reivindicações, parcialmente atendidas pelos vereadores. Dois projetos de lei foram protocolados pela Casa: o que prevê maior transparência das planilhas de cálculos das empresas de transporte coletivo e um indicativo ao Executivo municipal para que seja elaborado um estudo de viabilidade do passe livre para estudantes e desempregados na Capital. Durante a permanência, um grupo de mais de 20 pessoas tirou fotos sem roupa nas dependências do Legislativo.

Mateus Ferraz
Guarda Municipal reforçou segurança na Câmara durante reunião
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Grupo terá apenas 10 integrantes com a desistência de PSOL e PCdoB
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